24 de janeiro de 2007

O corno

O cara chega em casa de mansinho e, olhando pelo buraco da fechadura do quarto, vê a mulher dele na cama com outro. Pegou o revólver que estava guardado, armou o gatilho e já ia entrando no quarto para meter bala nos dois, quando parou para pensar.

Então se deu conta como a sua vida de casado havia melhorado nos últimos tempos. A esposa já não pedia dinheiro para nada, e o tempo todo aparecia com um vestido novo, uma jóia ou uma sandalinha da moda.

Os meninos mudaram na escola pública do bairro para um cursinho badalado na zona Sul. Ela trocou de carro, apesar de ele estar há quatro anos sem aumento e ter cortado a mesada dela. E o supermercado então, nunca tiveram tanta fartura quanto nos últimos meses.

Sua mulher era mesmo um avião, uma mistura de Maitê Proença com Vera Fischer, temperada no caldo da Feiticeira, coisa de louco. Guardou a arma e foi saindo devagar, para não atrapalhar os dois.

Parou na porta da sala e perguntou para sí mesmo:

- O cara paga o aluguel, o supermercado, a escola das crianças, as contas da casa, o carro dela, o shopping, e eu ainda vou pra cama com ela todos os dias...

O CORNO É ELE!